Tem Um Fantasma no Meu Banheiro - Ane Braga

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pétalas de seda - Jo Leigh - Cap. II *



Capítulo Dois


Era ela. Não era um sonho ou um desejo. Dana.
Alex soltou a respiração enquanto apreciava seu rosto perfeito. Em um ano ela mudara, mas apenas pequenos detalhes. Seus olhos pareciam maiores — ou seria apenas o choque de estar a uma rosa de distância dele?
- Alex.
Ela corou, um sinal que ele já vira centenas de vezes, mas que ele nunca deixava de admirar.
- Oi, linda.
- Eu não esperava você...
- Eu achei que você já estivesse no jantar da Barbara.
- Eu estaria, mas... - Ela olhou as horas e praguejou. - Diz que você tem um telefone.
Ele se retesou, desejando ter boas noticias para ela.
- Um táxi passou por cima do meu celular na rua 42. Eu não tive tempo para comprar outro.
- Droga. - Ela o encarou outra vez e corou ainda mais. - Você parece... bem.
- Você parece... - Ele pensou no que dizer. Bonita? Claro. Como a mulher dos seus sonhos? Não, isso iria assustá-la. Boa o bastante para comer? Idem. - Maravilhosa.
Alex acariciou suavemente os cabelos acima da orelha esquerda de Dana. Sedoso e espesso, seus cabelos caiam suavemente pelos dedos dele. Alex teve apenas um segundo antes de Dana se afastar.
- O que você está fazendo?
Alex observou as emoções transparecerem rapidamente pelo seu rosto, raiva, dúvida e sim, desejo. Aquele mesmo desejo que o mantinha acordado as noites estava lá em seus olhos de avelã.
Ela desviou o olhar, mas já era tarde. Ele viu o que ele precisava ver. Isso não significava que ela se jogaria aos seus pés, o perdoaria. Ainda não. Mas agora ele sabia que tinha uma chance. Assim que ele a fizesse lembrar de como era o relacionamento deles, ela seria sua. E quando ela percebesse o quanto ele mudara, ela seria sua para sempre.
Dana tremeu visivelmente.
- Está congelando aqui. - Caminhando por entre as rosas ela se dirigiu para a porta. - Estamos atrasados. Temos que sair daqui.
- Surpreendi você, não foi?
Ela parou perto de uma cesta de tulipas vermelho-sangue e se virou para olhá-lo.
- Sim, mas não muito. Você está em cima da hora. O jantar de ensaio de Barbara vai começar a qualquer instante.
Ele apenas assentiu com a cabeça, aceitando a repreensão. Não o ajudaria contar que ele fizera o possível para chegar mais cedo, que planejara pegar as flores e entregá-las no jantar com bastante antecedência. Dana estava zangada e tinha o direito de estar. Ganhar a sua confiança não seria fácil. Felizmente, enquanto estivessem presos ali, o tempo seria seu aliado.
Dana já estava na porta, mas Alex sabia que estava trancada. Ele havia investigado a sala e encontrou apenas outra saída — a de carga — que também estava trancada. Também não havia telefone. No entanto ele vira um termostato. Pensando que não havia necessidade de ficarem congelados, apesar de um friozinho ser bom, ajustou a temperatura. Enquanto ela batia na porta, ele caminhou em sua direção.
- Não me diga - disse ela.
Alex se contraiu.
Dana fechou os olhos e tremeu outra vez. Ele pegou-a pela mão e a levou para onde deixara sua mala.
- Espere um pouco. - Ele retirou um roupão branco e grosso. Apesar de não ser um sobretudo, ajudaria. Aproximou-se de Dana e colocou o roupão sobre seus ombros. - Você vai se esquentar num minuto e vai ficar bem. - Repousando a mão em seus ombros acariciou seu pescoço com a ponta dos dedos.
Ela tremeu, e ele sabia que não era por causa do frio.
Abaixou a cabeça até seus lábios tocarem em seus cabelos.
- Dana- murmurou ele. - Meu Deus, como eu senti sua falta.
Ela levantou a cabeça, expondo o pescoço. Alex queria sentir seu gosto, lamber aquela pele bem devagar até alcançar seus lábios.
Como se tivesse lido seus pensamentos, Dana endireitou a cabeça e se afastou. No entanto, não conseguiu esconder seu embaraço ou o porquê de ter apertado mais o roupão.
Ele não podia ver através do tecido espesso, mas sabia que os mamilos dela estavam duros. Alex memorizara seu corpo e suas reações de modo que passou o último ano se relembrando, se torturando, se punindo pelo seu mau comportamento. Mas ele também havia mudado, amadurecido. Tornou-se o homem que Dana merecia.
Ela pigarreou.
- E você?
- O quê?
- Só porque você é homem, não significa que não sente frio.
Ele pensou que ela queria dizer...
- Eu tenho outro suéter na minha mala.
- Ora, então vista antes que congele.
- Claro - disse ele, se afastando antes que perdesse a cabeça e a agarrasse. - Está certo.- Pensar em Dana estava mantendo-o bastante aquecido no momento, mas ele não podia deixar que ela soubesse disso. Ainda não.
Assim que ele virou de costas, Dana fechou os olhos e respirou fundo. Lembrava-se do roupão. Ela o dera de presente no Dia dos Namorados dois anos atrás. Ela esfregava as mãos no espesso tecido de algodão egípcio enquanto lutava contra suas emoções.
Não podia deixar transparecer como ficava excitada com a presença dele. Nenhum homem a fizera sentir-se mais viva e mais amada do que Alex. Mas nenhum homem a deixara mais furiosa também.
Precisava lembrar como se sentia todas as vezes que Alex não aparecia. Nem ligava. E que ela o perdoara sempre, seduzida pelo seu charme, seu sorriso maravilhoso e suas mãos diabólicas.
Dana encarou Alex novamente enquanto ele vestia o suéter de tricô verde-escuro. Por que ele tinha que ser tão bonito? Seu cabelo emoldurava uma face de ângulos retos, curvas suaves, queixo forte, lábios grossos e macios. Ele tinha sobrancelhas escuras surpreendentes e olhos verdes. Isso não era nem um pouco justo. E por que ela ainda o desejava depois de tanto tempo?
Ela enfiou as mãos nos bolsos do roupão e sentiu alguma coisa pequena. Quando retirou o objeto de lá de dentro, suspirou.

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