Tem Um Fantasma no Meu Banheiro - Ane Braga

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pétalas de seda - Jo Leigh - Cap. III *



Capítulo Três


Dana estudava a foto que encontrara no bolso. Era dela e embora nunca a tivesse visto, sabia exatamente quando havia sido tirada.
Alex ganhara a câmera de presente da sua mãe, que teria ficado chocada se soubesse como ele a usara. Eles estavam em sua casa, e ele lhe dera um presente mesmo sendo o aniversário dele. Quando ela viu os pequenos pedaços de tecido na caixa, riu. O sutiã erótico e a calcinha fio dental poderiam ser para ela, mas foi ele quem mais aproveitou o presente. Ela se trocou no banheiro, calçou o salto alto e passou batom vermelho escuro. Quando entrou no quarto ele tirou a foto. Depois daquilo, foi apenas prazer por horas e horas até os dois ficarem completamente exaustos.
A foto fora cortada de modo que apenas sua cabeça e ombros eram visíveis, mas ainda assim percebia-se a intimidade. E ela sabia que todas as vezes que ele olhava aquela foto, lembrava-se do resto do seu corpo e das coisas que fizeram naquela noite.
Ela estendeu a foto.
- Você acha que isso é uma boa ideia?
Ele nem mesmo olhou.
- Eu não quero esquecer.
- Alex, você e eu sabemos...
- Nós dois sabemos o que aconteceu naquela noite - retrucou, mudando o tom da voz para um sussurro perigoso enquanto se aproximava dela lentamente. - Nós dois sabemos o que causamos um no outro. Como você gritou meu nome. Como eu pensei que morreria de tanto desejar você, amar você. Teria valido a pena, Dana, morrer daquela maneira. Melhor do que esse martírio...
- Pare com isso. Eu não quero falar sobre isso.
Ele continuou andando, forçando-a a recuar até a parede. Ela queria empurrá-lo, dizer que o esquecera, e que continuara com sua vida, mas quando tentou falar, não conseguia lembrar-se como.
Alex a encarou. Dana deveria desviar o olhar, esconder-se, porque ele sempre via muito. Ele enxergava dentro dela, onde ela guardava todos os seus segredos. Ele encontrava as brasas de desejos escondidos, e as alimentava até virarem um fogo que a queimaria com uma paixão que não poderia ser evitada.
Esse era o problema. A chama nunca apagara. Ainda estava dentro dela, e ele sabia disso. Ela fechou os olhos, mas era tarde.
- Dana - murmurou ele. - Está tudo bem. Nós pertencemos um ao outro.
Ela negou com a cabeça.
- Eu não posso.
- Não pode o quê?
- Me envolver com você. - Ela colocou a mão em seu peito. - Não outra vez.
- Você acha que se nós não assumirmos nossos sentimentos eles irão simplesmente desaparecer?
- Sim.
- Dana, olhe para mim.
- Não.
- Dana - disse ele com uma voz suave, porém firme e convincente. Ela nunca fora capaz de resistir quando ele falava desse jeito. Talvez agora ela fosse forte. Não o olharia nos olhos. Não se deixaria enfeitiçar.
Então ele segurou seu queixo e, no momento seguinte, ela foi capturada pelo feitiço em seu olhar. Alguma coisa mudou dentro dela. Calor, tensão, desejo – tudo aquilo, e muito mais.
Alex se inclinou quase tocando seus lábios.
- Dana.
Ele segurou-a pela nuca, tocando-a delicadamente, fazendo todo o seu corpo tremer. Ela entendia o gesto, a maneira como ele acariciava sua pele, e não podia parar de pensar sobre o prazer que sentia quando ele tocava outras partes do seu corpo daquela maneira.
Claro que essa era sua intenção. Ele estava fazendo de tudo para lembrá-la dos velhos tempos. Se ela tivesse algum cérebro, pararia imediatamente. Manteria sua determinação e não deixaria seu toque e seus lábios a excitarem com tanta facilidade.
- Dana - disse ele outra vez, naquela voz suave e baixa.
- Não, Alex.
- Não? Nem mesmo isso? _Diminuindo a pequena distância ele encostou seus lábios nos dela. Quente e macio como veludo. Ele manteve o beijo recatado, dando tempo para ela se ajustar ao gosto dele, a ideia dele. Todo o foco dela estava em sua boca, e onde ele a tocava.
Finalmente, ele aprofundou o beijo. Seus lábios se inclinaram e se abriram sobre os dela, apenas a ponta da língua invadia sua boca. Mudando um pouco ele envolveu seu lábio inferior, mordiscando-o gentilmente antes de finalmente encorajá-la a entregar-se, para mergulhar fundo e provocar sua língua com a dele.
O beijo era quente, sedoso e sensível e ela soube o momento exato que ele mudou, tornando-se uma exploração carnal inconfundível que a aquecia lentamente e acelerava sua respiração.
Ela gemeu quando seus dedos acariciaram a sua nuca em contraste ao ataque ardente e crescente da sua língua.
Era importante fazê-lo parar. Crucial. Mas... mas ela não conseguia lembrar por quê.
******
Alex estava com problema. Problema sério. Ele esperou tanto tempo para tê-la, para abraçá-la, ele a queria tanto que estava com medo de não conseguir parar antes de contar – mostrar-lhe – como ele havia mudado.
Relutantemente, parou. Havia algo muito mais urgente em jogo do que seu desejo, e era o resto da sua vida. Ele tinha um plano. Agora não era o momento de estragá-lo. Deveria fazer com que ela se lembrasse. Fazê-la sentir tudo o que ele sentia. Fazer com que ela desejasse lhe dar outra chance. Ela era importante, não ele.
Então ele olhou diretamente em seus olhos. Apenas um pequeno círculo de avelã aparecia ao redor da sua pupila dilatada. Sua respiração ofegante fez seus olhos desviarem para seus lábios abertos, rosados e levemente inchados.
- Droga - disse ele, enquanto a beijava outra vez. Sem preliminares, ele tomou seus lábios, mergulhando sua língua em movimentos lentos e profundos.
Não mais satisfeito com carinhos delicados, ele deslizou os dedos pelos cabelos de seda e se apossou dela, puxando sua cabeça delicadamente para achar o ângulo perfeito.
Ela gemeu outra vez. Ele a segurou com firmeza enquanto deixava o calor da sua boca para beijar-lhe o rosto, lamber sua orelha, mas a sua boca o chamava novamente e ele não conseguia desobedecer.
Pouco antes dos seus lábios tocarem os dela, ela murmurou seu nome e ele quase esqueceu como respirar.
Só de ouvir aquele suspiro ele ficou excitado. Não. Havia se excitado um pouco antes. Agora estava sofrendo de uma maneira que podia matá-lo. Não ligava. Morrer assim não seria tão ruim. Não em seus braços.
Sem perceber, roçou seu quadril contra o dela. Ele não tinha certeza se era para aliviar um pouco da pressão ou para mostrar-lhe o quanto estava excitado. Como ela o enlouquecia. Deus, como ele passara um ano sem ela? Como passara um dia?
Recuou de repente, imaginando-se um idiota. Quase a possuiu. Quase não conseguiu evitar.
Ele soltou seu cabelo e deu um passo para trás. Por um longo momento, o único som era o da respiração ofegante de ambos enquanto tentavam se acalmar. Ele a encarava, esperando para ver o que ela faria quando se acalmasse.
Talvez ele não devesse ter parado e dado a ela uma chance para pensar. Droga, as coisas não estavam acontecendo conforme ele planejara. Ele havia pensado tanto em como seria o fim de semana, mas nem mesmo em seus sonhos mais loucos acreditou que a teria assim, só para ele.
Quando ela finalmente olhou para ele, seu olhar estava confuso. Deus, ela era tão bonita, com seus lábios levemente inchados, a face ruborizada, um olhar questionador. Ele se conteve e permaneceu parado, esperando.
Ela balançou a cabeça devagar, então desviou o olhar para seu peito, sua cintura e parou na óbvia protuberância do seu jeans.
Suspirando, ela se amparou na parede e fechou os olhos.
- O que há de errado comigo?
- O que você quer dizer?
- Eu sei que não posso deixar você me tocar. Eu sei onde isso vai dar. Está acabado, Alex. É serio.
- Mas...?
Ela se afastou da parede e andou em direção a um buquê de íris, ficando de costas para ele.
- Mas nada.
- Ei, sou eu, lembra?
- Esse é o problema. É você. - Ela virou-se. - E quando você me toca...
Ele sorriu enquanto se aproximava dela.
- E quando eu toco em você...?
Ela não terminou seu pensamento. Ao invés disso, afastou-se, e se escondendo dentro do roupão. Ele não estava preocupado. Ele sabia exatamente o que fazer para ela falar.





* Cortesia Harlequin Books

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