Tem Um Fantasma no Meu Banheiro - Ane Braga

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pétalas de seda - Jo Leigh - Cap. V *



Capítulo Cinco




Não tinha nada a ver com palavras aquilo que Alex precisava que Dana acreditasse. Ela já tinha suas próprias ideias sobre quem ele era, e quem ele sempre seria. Se ele tentasse convencê-la com palavras, ela não acreditaria nele, e o julgaria com sentimentos, de modo que voltariam ao início. E ao final.

Ele havia planejado o fim de semana como se fosse uma questão de vida ou morte, e não improvisaria agora. Dana estava pensando muito e sentindo pouco. Ele tinha que fazê-la esquecer a lógica e despertar a chama dentro dela. Ele precisava libertá-la de suas inibições. Então, só então, ela concordaria que pertenciam um ao outro.

- Venha comigo - disse ele, abraçando-a e guiando-a para uma área que ele havia arrumado minutos antes. Lá havia uma almofada, feia, mas útil, uma boa proteção contra o frio do chão de concreto. A temperatura, apesar de ainda baixa, não estava mais gelada, por isso não seria perigoso se tivessem que passar a noite toda ali.

Ela parou quando viu a esteira no chão, e em seguida se desvencilhou dele.

- Sem chance.

- Você está planejando ficar de pé a noite toda?

Ela dirigiu o olhar para ele.

- Nós não ficaremos aqui a noite toda.

- Como você sabe? Quem voltaria numa floricultura no meio da noite?

Dana olhou para baixo, e se escorou na parede enquanto pensava sobre sua reflexão anterior – presa a noite inteira com seu ex-amor.

Antes de a noite terminar, Alex jurou, eles seriam amantes outra vez.

Com seus ombros curvados e a cabeça baixa, ela parecia muito pequena, muito assustada. Ele queria confortá-la. E iria. Porém, ele precisava ser cauteloso. Isso seria arriscado.

Agora, ele estava satisfeito apenas em observá-la. Ele não tinha se permitido esse luxo antes. Por debaixo do roupão, ela vestia uma roupa que ele nunca tinha visto. A roupa era conservadora, com uma saia quase na altura dos joelhos, uma blusa pêssego cintilante, e uma jaqueta. Ele já a vira em trajes semelhantes centenas de vezes.

Mas ele tinha uma dúvida: o que ela vestia por debaixo daquela roupa? Quando estavam juntos, ela o enlouquecia com sua lingerie. Nunca, nem uma única vez durante todo o tempo que ele a conhecera, ela usou uma lingerie comum.

Com Dana, era sempre seda e cetim. Luxo, sedução e sensualidade perto de sua pele, escondida... pelo menos do resto do mundo.

Era essa parte dela que o fazia ter certeza de que seu plano funcionaria. A parte dela que sabia como se soltar, abandonar-se ao prazer. Se ela se libertasse mais uma vez, ele tinha certeza de que se abriria e voltaria a confiar nele.

Ela o observava. Havia se endireitado, e seus braços pendiam ao longo do corpo. Droga, mas ela o matava com sua beleza. Pele macia, lábios suculentos. Ele amava o fato de seu nariz ser um pouco torto. Ela já quisera consertá-lo, mas ele a havia convencido muito tempo atrás de que isso era uma parte especial dela. Que isso a fazia mais bonita que a simples perfeição.

Ele caminhou em direção a sua mala e abriu o bolso de fora. A garrafa de água que comprara em Nova York estava quase cheia, e a ainda não comera os cereais que havia trazido. Pelo menos, não passariam fome.

Com seus presentes na mão, ele se aproximou dela.

- Aqui - disse ele, dando-lhe a garrafa. - Tome um pouco. Provavelmente você está com sede.

- Obrigada. - Ela pegou a garrafa e, enquanto matava a sede, ele ficou fascinado com seus lábios e seu pescoço, e com a maneira como movia os cílios.

Controlava-se para não tocá-la. Tortura. Estar tão perto e não poder senti-la.

Ela devolveu-lhe a garrafa, mas ele não estava com sede de água. Guardou-a e se aproximou, diminuindo a distância que os separava.

- O que você...

Ele a beijou, saboreando a água em seus lábios. Ela colocou as mãos em seu peito, mas não o afastou. Antes de ela ter a chance de mudar de ideia, ele agarrou seus pulsos. Tão pequenos. Ele beijou sua mão direita, enquanto sentia seu perfume. Apesar das flores, ele podia sentir o cheiro de Dana. Irresistível.

- Eu não acho... - começou ela.

- Sim - murmurou ele.- Não ache nada. Apenas lembre.

Prendeu-a pelos pulsos, mantendo suas mãos coladas à parede, na altura da cabeça, enquanto se inclinava sobre ela. Entrelaçou seus dedos aos delas, segurando-a gentilmente para que não se machucasse, mas firme o bastante para mantê-la parada.

Ele sentiu o calor da sua respiração no pescoço, enquanto ela lutava para reassumir o controle. Essa era a última coisa que ele queria que ela tivesse. Nada de pensamentos racionais ou segurança. Apenas bruxaria, magia e todas as noites que passariam juntos.

Fechando os olhos, ele aproximou seus lábios do ouvido dela, tão perto que ele poderia tê-lo mordiscado se quisesse.

- Eu sonhei com você nua - murmurou ele, lutando para se controlar. O desejo por ela era tão grande, que ele se perguntava se seu corpo aguentaria. Mas isso era imperativo. Dentro do possível.

- Eu sonhei com você em minha cama. Do jeito que a gente ficava. Suas lágrimas rolando pelo rosto, se misturando com suor. Eu posso senti-la agora, salgada e molhada.

Ele moveu seu quadril ligeiramente, de maneira que mal se tocavam.

- Há quanto tempo alguém não faz amor com você dessa maneira, Dana?

Enquanto se esforçava para ficar imóvel, ele sentiu. Os quadris dela contra os dele. A princípio com cuidado, então de modo mais insistente. Isso era tudo que ele podia fazer para não ceder ao desejo e jogá-la no chão, cobrindo seu corpo com o dele. Dessa vez, ele precisava manter o controle enquanto Dana se entregava ao desejo.

- Eu conheço seus segredos - continuou ele, sua voz tremendo de tensão. - Onde você gosta de ser beijada. Onde você gosta de me beijar.

Ele soltou sua mão esquerda e acariciou-a sobre o espesso roupão.

- Eu me lembro de tudo... - Ele deslizou a mão sobre a curva de seus seios, sobre sua cintura, sobre seu quadril. Era muito difícil tê-la tão perto, sentir seu perfume; ele precisava tocar a sua pele...

Incapaz de resistir, deslizou a mão mais para baixo, encontrando a barra de sua saia, e por baixo dela sentiu a seda de sua meia fina.

Então ele tocou sua pele. Quente, familiar, mais suave que em seus sonhos, ele gemeu enquanto sua mão alcançava aquela curva atraente. Ele passou um dedo sobre sua pele, se aproximando da parte interna de sua coxa, para o centro quente e molhado do seu prazer.

E quando ele parou, ela timidamente gritou seu nome. Era como ouvir a resposta às suas orações. Mas ele não podia parar agora. Ela estava perto, tão perto de ceder, de aceitar.

- Diga-me o que você quer, Dana - disse ele, tocando sua orelha com seus lábios. - Diga-me, e eu farei tudo o que você disser.

Ela inspirou com firmeza, e por um longo e doloroso minuto, eles ficaram imóveis. O ar vibrava com a antecipação.

Os segundos pareciam tão longos quanto o tempo que ele ficou afastado dela, então ela o encarou com seu olhar apaixonado. Quando ela lambeu seu lábio inferior, ele gemeu, mas não se moveu. Ela precisava dizer as palavras...

Dana balançou a cabeça.

- Isso é errado, mas eu quero você...




* Cortesia Harlequin Books

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